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Florianópolis, 30 de maio de 2016

O tabagismo é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a principal causa de morte evitável em todo o mundo. A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (DIVE) alerta sobre os malefícios do cigarro e ressalta a importância do tratamento oferecido pela rede pública de saúde para quem deseja parar de fumar. O Dia Mundial sem Tabaco será celebrado no próximo dia 31 de maio. Ele foi criado em 1987 pela OMS com o propósito de chamar a atenção da sociedade sobre os perigos do cigarro.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a epidemia global do tabaco mata quase seis milhões de pessoas por ano, das quais mais de 600 mil são não fumantes, vítimas do fumo passivo. Sem mudanças no cenário estão previstas mais de oito milhões de mortes por ano a partir de 2030. Mais de 80% dessas mortes evitáveis atingirão pessoas que vivem em países de baixa e média renda.

Fumar é um fator de risco importante para o desenvolvimento de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) como câncer, doenças pulmonares e cardiovasculares. A Gerência de Vigilância de Agravos Infecciosos, Emergentes e Ambientais da DIVE busca estimular as medidas de promoção da saúde e prevenção de riscos e doenças.

Em relação aos fumantes que querem parar de fumar, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece aos usuários de tabaco tratamento gratuito em unidades básicas de saúde. Em Santa Catarina, 269 municípios já aderiram ao Programa de Controle do Tabagismo, idealizado pelo INCA, e que tem como objetivo promover atendimento para estas pessoas, com acompanhamento em grupo por equipe de saúde multiprofissional. Deste total, 229 municípios já têm o programa em funcionamento. Para participar, o usuário deve procurar uma unidade de saúde que ofereça o programa, se cadastrar e participar das atividades.

O tratamento de tabagismo é desenvolvido com ações educativas, legislativas e econômicas. O tratamento inclui avaliação clínica, individual ou em grupo e, se necessário, terapia medicamentosa juntamente com a abordagem intensiva. São quatro sessões iniciais, estruturadas semanalmente, seguidas de duas sessões quinzenais, com os mesmos participantes. Para prevenção da recaída é feita uma reunião mensal aberta, com a participação de todos os grupos, até completar um ano.

De acordo com dados da Planilha de Consolidação de Informações do Tratamento do Tabagismo, que é preenchida pelos municípios que tem o Programa do Tabagismo implantado e, que realizaram atendimentos no ano de 2015, ao total, 10.436 pessoas iniciaram o tratamento, dessas 7.596 concluíram e 5.803 pararam de fumar.

Segundo a chefe de divisão de Doenças e Agravos Não Transmissíveis da Gevra - Dive/SC, Jane Laner Cardoso, explica que, inicialmente, o paciente passa por uma consulta de avaliação individual, quando o profissional de saúde analisa a motivação do paciente em deixar de fumar, seu nível de dependência física à nicotina, se há indicação ou contraindicação de uso de medicamentos, além de colher sua história clínica. “Após essa fase, é realizada uma abordagem intensiva, que consiste em sessões individuais, ou em grupo de apoio, incluindo de dez a 15 participantes, coordenados por um ou dois profissionais de saúde”, relata.

O SUS fornece gratuitamente alguns tipos de medicamentos utilizados para o tratamento do tabagismo. São eles: adesivos transdérmicos de nicotina, goma de mascar de nicotina, pastilha de nicotina, e cloridrato de bupropiona, medicamento antidepressivo. Para ter acesso ao tratamento contra o fumo, o fumante pode procurar as Secretarias Municipais de Saúde, ou, então, ligar para o Disque Pare de Fumar, no número 136.

Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), elaborada em 2013 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Ministério da Saúde, 14,7% da população acima dos 18 anos no país fuma tabaco atualmente. Em Santa Catarina, este número é de 16%, com maior proporção de homens (19,7%) do que mulheres (12,5%). Classificados por idade, a faixa etária que mais fuma tabaco no Estado está entre 40 e 59 anos (18,2%), seguida por pessoas entre 18 e 24 anos (17,1%), 25 e 39 anos (14,5%) e com 60 anos ou mais (12,6%). O levantamento mostra ainda que 13,5% dos catarinenses são expostos ao fumo passivo no local fechado de trabalho e 9,5% em casa. Neste contexto, em 2014, a regulamentação da Lei Antifumo proibiu o consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos e outros produtos fumígenos em locais de uso coletivo, públicos ou privados, mesmo que o ambiente esteja só parcialmente fechado por uma parede, divisória, teto ou toldo.