icone facebookicone twittericone instagram

Florianópolis, 25 de abril de 2017

Na semana em que a 19ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza é aberta a todos os grupos prioritários em Santa Catarina, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) realizou, nesta terça-feira, 25, o Simpósio Estadual sobre Influenza 2017, organizado pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE). Cerca de 100 profissionais da saúde, entre médicos e técnicos da área, de todas as regiões do estado, participaram da capacitação, que contou ainda com a presença de representantes do Ministério da Saúde (MS), da Fiocruz e do Instituto Butantan para discussão do atual panorama nacional e estadual da Influenza, além das estratégias de vigilância, prevenção e tratamento da doença.

“Nos últimos anos, percebemos a capacidade da gripe de se expandir rapidamente. E só não teremos uma tragédia se realizarmos o pronto atendimento, a vacinação e se colocarmos em prática as nossas estratégias. Temos a enorme responsabilidade de organizar, mas, sobretudo, de qualificar os serviços de saúde oferecidos no estado. Santa Catarina precisa de eventos como esse”, enfatizou o secretário de Estado da Saúde, Dr. Vicente Caropreso, na abertura do evento.

O superintendente de Vigilância em Saúde, o médico infectologista Fábio Gaudenzi, citou a pandemia de gripe provocada pelo vírus da Influenza A(H1N1) em 2009, iniciada no México, que provocou 200 mil mortes em todo o mundo naquele ano. “Desde então, o Ministério da Saúde disponibilizou medicamento (antirretroviral) e, com isso, houve uma mudança no perfil dos óbitos. O medicamento, no entanto, é apenas um fator do tratamento. Precisamos estimular a vigilância, o monitoramento dos casos e preparar os serviços de saúde para que a população tenha acesso”, destacou o superintendente.

O monitoramento é feito por meio das notificações dos casos de internação e óbito por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que passaram a ser obrigatórias em 2010. “Em 2016, registramos 2.228 óbitos por influenza no país. Desses, 75% tinham condição de risco associada. Este ano, já temos 63 óbitos por influenza A(H3N2), e a sazonalidade está só começando. Nossa maior missão é evitar o óbito por influenza”, alertou Walquiria Aparecida Ferreira de Almeida, do Grupo Técnico de Influenza do Ministério da Saúde.

O subtipo A(H3N2) é o que tem circulado no país e em Santa Catarina em 2017, como demonstram os dados. De acordo com o Informe Epidemiológico n°04/2017, dos 16 casos de SRAG por influenza confirmados até o dia 15 de abril, 13 foram pelo vírus A(H3N2), diferentemente do que foi registrado no ano passado, quando o predomínio dos casos foi pelo vírus influenza A(H1N1)pdm09 (722 casos e 114 óbitos no ano).

Dos quatro óbitos notificados, todos eram de pessoas que apresentaram fatores de risco associados, sendo dois portadores de Diabetes Miellitus e dois com doença cardiovascular crônica. “Em 2016, 91,5% dos 117 óbitos notificados tinham fator de risco associado”, disse Eduardo Macário, diretor da DIVE. Segundo ele, o vírus Influenza A(H3N2) tem a característica de causar gravidade nos “extremos de idade”, ou seja, em idosos e crianças. E reforçou aos médicos a importância do manejo adequado das pessoas que apresentarem os sinais e sintomas da gripe para evitar gravidade e mortalidade.

Dentre as ações citadas por ele, previstas no Plano de Contingência do Estado, estão a presença de oxímetros nas unidades de saúde, plano de aumento rápido de leitos de UTI, monitoramento dos municípios com aumento de casos e início do tratamento em até 48 horas do início dos sintomas de síndrome gripal: febre, tosse ou dor de garganta e, pelo menos, mais um dos sintomas - mialgia, cefaleia ou artralgia. “A terapêutica precoce reduz sintomas e complicações”, complementou Macário.
 
Prevenção

A principal estratégia de prevenção da gripe é a vacinação. Nos três primeiros dias da 19ª Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza no estado (17,18 e 19 de abril), 123.414 idosos e 31.005 portadores de doenças crônicas e outras condições clínicas especiais foram vacinados – esses públicos foram priorizados em Santa Catarina, pois representaram 72% das internações e 77% dos 108 óbitos notificados por SRAG por influenza em 2016.
Nesta segunda-feira, 24, a campanha de vacinação foi iniciada para todos os grupos prioritários, além dos idosos e portadores de doenças crônicas: professores do ensino básico e superior das escolas públicas e privadas; crianças entre seis meses e menores de cinco anos; gestantes; puérperas - até 45 dias após o parto; trabalhadores de saúde; povos indígenas; adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas; população privada de liberdade; e funcionários do sistema prisional. A campanha seguirá até o dia 26 de maio. No total, 1,8 milhão de pessoas deverão ser imunizadas contra a gripe em Santa Catarina.

alt

Foto: Paulo Goeth