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Florianópolis, 18 de maio de 2017

Mesmo com período de poucas chuvas e temperaturas baixas, algumas regiões de Santa Catarina apresentam elevado risco de transmissão de dengue, febre de chikungunya e zika vírus pelo alto índice de infestação de Aedes aegypti.

Foram identificados 6.281 focos do mosquito, em 128 municípios catarinenses, entre os dias 01 de janeiro e 06 de maio deste ano – quase 1.000 a mais do que fora identificado no mesmo período de 2016. Desses, 56 municípios são considerados infestados, de acordo com a disseminação e manutenção dos focos, conforme o Boletim Epidemiológico n° 10/2017 - Vigilância entomológica do Aedes aegypti e situação epidemiológica da dengue, febre de chikungunya e zika vírus em Santa Catarina – divulgado hoje, 18, pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina (Dive/SC). Em comparação ao último boletim, houve a inclusão dos municípios de Dionísio Cerqueira e Galvão entre os infestados.

“Apesar dos poucos casos confirmados das doenças, a grande maioria dos municípios infestados está com condição vetorial para iniciar a transmissão a qualquer momento”, alerta João Fuck, coordenador do Programa de Controle da Dengue em Santa Catarina, vinculado à gerência de Zoonoses da Dive/SC. “Eles têm depósitos com água e a presença de mosquito”, complementa, referindo-se ao resultado do Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (LIRAa) realizado pelos municípios infestados no mês de abril. Dos 49 municípios que concluíram o LIRAa, 14 foram considerados com baixo risco para transmissão, 24 com médio risco para transmissão e 11 com alto risco para transmissão.

Potenciais criadouros

No levantamento, 30.743 depósitos que continham água parada foram inspecionados, ou seja, todos potenciais criadouros do mosquito Aedes aegypti. A maioria era lixo ou sucata (9.837 (32%)), e depósitos móveis, como balde, prato de planta, bebedouro de animais e reservatório de geladeira (9.810 (31,9%)).

“Esses dados revelam o quanto todos temos que manter a vigilância sobre nossas casas, o nosso local de trabalho e as nossas ruas, mesmo em períodos de baixa temperatura. Uma tampinha de garrafa exposta à chuva oferece condições para a proliferação do mosquito”, exemplifica João.

O objetivo do LIRAa é a identificação do tipo e a quantidade de depósitos encontrados que possam ser potenciais criadouros do mosquito nos imóveis vistoriados. O LIRAa prevê a vistoria de uma amostra de 20% do total de imóveis existentes no município e calcula o índice de infestação considerando imóvel com larva de Aedes aegypti/100 imóveis. O levantamento é realizado anualmente nos meses de abril e novembro, por orientação da Estratégia Operacional para Prevenção e Controle da Dengue, Febre de Chikungunya e do Zika Vírus no estado de Santa Catarina.