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Florianópolis, 20 de julho de 2017

Na próxima semana, 55 profissionais de saúde que atuam no sistema prisional de Santa Catarina participarão da capacitação oferecida pela Divisão de Tuberculose da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE) da Secretaria de Estado da Saúde (SES). O curso, Manejo Clínico da Tuberculose para Profissionais do Sistema Prisional de Santa Catarina, será realizado nos dias26 e 27 de Julho, em Florianópolis, com o apoio do Departamento de Administração Prisional da Secretaria de Justiça e Cidadania.

“A população privada de liberdade (PPL) é reconhecida como uma população vulnerável e possui um risco 32 vezes maior para desenvolver a doença quando comparada com a população em geral”, afirma Gladis Helena da Silva, gerente de Vigilância de Agravos (Gevra) da DIVE, ressaltando que os profissionais de saúde que atuam no sistema prisional desempenham papel fundamental no diagnóstico, controle, vigilância e tratamento da Tuberculose dessas pessoas.

“Considerando o ambiente confinado e hiperendêmico das unidades prisionais, deve ser dada prioridade à detecção dos casos bacilíferos identificados a partir da existência de suspeita clínica, ou seja, de tosse por mais de duas semanas, e garantida a disponibilidade de toda atenção à saúde requerida ao caso, bem como vigilância dos contatos e orientação aos familiares e trabalhadores do sistema prisional”, explica o médico pneumologista Gilberto Sandin, técnico da Gevra. Segundo ele, as dificuldades de atenção à saúde e a precariedade de alguns espaços físicos com ambientes superpopulosos, mal ventilados e com iluminação solar limitada, são fatores que predispõem as pessoas privadas de liberdade ao contágio e ao adoecimento pela Tuberculose.

Dos 1.827 casos de Tuberculose notificados em 2015 em Santa Catarina, 158 foram diagnosticados no sistema prisional. Destes, 106 alcançaram alta por cura (67%), quatro abandonaram o tratamento (5%) e os demais tiveram outros desfechos. A meta preconizada pelo Ministério da Saúde (MS) é curar 85% dos casos, Já para os abandonos o parâmetro é até 5%. O percentual de cura entre a população em geral de Santa Catarina é de 70% e a taxa de abandono é de 7,2%.

“O grande desafio para a melhora desses indicadores continua a ser o fortalecimento do compromisso político na luta contra a Tuberculose no sistema prisional como uma política pública efetiva. As pessoas privadas de liberdade devem receber o mesmo nível de atenção à saúde que a população em geral, ter o mesmo acesso a um diagnóstico precoce, tratamento adequado, cuidados e acompanhamento continuado por parte dos profissionais de saúde. Esse direito garantido contribui para a redução da transmissão intrainstitucional, impactando na saúde das PPL e das demais", ressalta Gladis.

Durante o evento, serão abordados temas como Conhecendo o Sistema Prisional, Coinfecção, TB/HIV/AIDS,  aspectos epidemiológicos da Tuberculose no mundo, no Brasil e em Santa Catarina, diagnóstico, tratamento, acompanhamento clínico e controle de contatos. Também serão apresentadas as experiências dos presídios de Joinville, Florianópolis e São Pedro de Alcântara.

Saiba mais em www.dive.sc.gov.br/tuberculose